Clean Cooking in Mozambique : Deep Dive with Experts

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Moderadores:

  • Helena Macune
  • Ana

Painelistas:

  • Gervásio Mavengue, EnDev / GBE
  • Taira Pene, Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade – FDC
  • Florência Saide, Sogepal
  • Norato Xerinda, MozCarbon
  • Aldina Sindique, Carbonsink
  • Celio Jose Barnete, Pamoja

Apresentação

Cozinha Limpa em Moçambique - Oportunidades de financiamento (Portuguese)

Painel de discussão

1.    Como evoluiu o sector desde que começou a trabalhar no sector da cozinha, quais são as mudanças que notou (no que diz respeito à política, financiamento...) ?

Norato Xerinda da empresa MozCarbon, teceu algumas consideracoes no tocante a esta pergunta nos seguintes termos:

O sector de cozinha em Moçambique tem evoluido dramaticamente, principalmente desde os 4-5 últimos anos, com o surgimento de varios actores neste sector. E ate mesmo desde 2013, olhando particularmente para a nossa empresa.

A testagem dos fogoes melhorados, para a verificacao da qualidade, tambem é um dos factores a mencioanr no que se refere a evolucao do sector, e nesta senda, quero da os meu parabens a GIZ por incentivar as empresas a trazer um pouco mais de qualidade atraves da testagem e tambem da monitoria do impacto.

A consciência dos utilizadores finais no que se refere a importância da utilização dos fogões melhorados, seus beneficios., por exemplo do fogão Mbaula, fez com que o esforço na área de Marketing tenha minimizado, sendo então de uma grande valia para as empresas, particularmente para a MozCarbon.

O tipo de financiamento e o  modelo implementado, também, notou-se uma grande evoluçãao e clareza, tendo por exemplo a Abordagem baseada nos resultados (RBF), sendo esta uma boa forma de financiamento, porque incentiva actores de mercado sérios. Temos visto o surgimento de várias fontes de financiamento tais como a FAZER, BRILHO, Clean Cooking Facility For Africa.

As instituições que operam na área dos fogões melhorados tem ganhado consciência em relação as fontes de financiamento, além das tradicionais, como BRILHO e FAZER , é de salientar que houve uma grande mudança e evolução, pois pode se notar outras formas de financiamento, a saber, Créditos de Carbono, como fontes que vem ajudar as empresas a desenvolverem os seus negócios de uma forma sustentável. E recentemente tivemos a informação de uma emepresa que recebeu um fundo de 20 milhões de dólares para a implementação de projectos de Carbono em Moçambique.

E devido ao acesso ao financiamento, várias empresas foram incentivadas a melhorar a qualidade dos fogões produzidos localmente, assim como o número de fogões produzidos aumentou.

A MozCarbon por exemplo não conseguia produzir uma quantidade de 1500 fogoes por mês, no entanto agora já consegui produzir mais de 10 000 a 15 000 fogoes por mês. É certo que algumas questoes ainda devem ser melhoradas, no que diz respeito a ajuda do Governo na facilitação de alguns processos, como na redução de taxas de importacão de fogões devido a elevados custos e direitos alfandegários.

Não so estamos a ver estes avanços no uso da biomassa lenhosa (lenha e carvão) mas também em projectos um pouco mais avançados como o uso do etanol, gás e etc.

A Politica de Teste pode contribuir uma bareirra para as empresas no sector dos ICS?

Aldina da empresa CarbonSink, a esta pergunta disse que não. Muito pelo contrario ainda, é um incentivo para que a qualidade dos fogões seja admissivel, e não haja mais a necessidade de importar fogões do exterior.

2.    Uma vez que a maioria de vós recebeu algum tipo de financiamento RBF de diferentes doadores, podem partilhar conosco como foi o processo para a obtenção do fundo, o processo de candidatura, obtenção de capital inicial ou quaisquer desafios que gostariam de partilhar?

Florência da empresa Sogepal, partilhou a experiência da empresa a que representa, dinzendo que para a obtenção do financiamento, o processo não é dificil, as empresas devem simplesmente cobrir os requisitos necessários. E Isto exige algum esforço da nossa parte como empresa, me refiro ao pré-investimento. A Sogepal já se beneficiou deste financimento, a dificuldade entretanto esta no Auto-financiamento, pois este é um dos pré-requisitos exigidos pela modalidde RBF. Por exemplo há 9 anos não tinhamos a capacidade para dar início a uma empreitada de modo a produzir os fogões e posterior ter acesso ao financiamento, esta foi a maior dificuldade, mas tivemos que adoptar certas mudanças internas com vista a reverter a situação, como por exemplo, o sistema de cobrança, para usar o mesmo valor, na produção de mais fogões.

Célio José da empresa Pamoja, afirmou que a sua empresa beneficiou-se do fundo RBF, contudo enfrentaram dificuldades, como sendo a sua primeira experiencia com este tipo de financiamento, no processo de Monitoria, que é regular, tivemos que nos habituar a esta forma de trabalhar, pois consistia na verificação de toda a actividade, indo até aos consumidores para certificar, contudo acabamos nos caindo bem.

3.    Como é a literacia financeira entre os seus clientes?

Conforme Célio José, leva muito tempo para os clientes pagarem, vários compram os fogões a título de empréstimo, normalmente num período de 18 meses, e um dos maiores desafios que temos é ter os clientes a pagarem. Tendo o controle dos clientes, assim fazemos o seguimento dos mesmos, que é para ver quais pagaram e quais não.  Contudo existe uma diferença da zona rural para a zona urbana, tendo iniciado a operar nas zonas rurais, os pagamentos não eram muito bons devido a dificuldade financeira destes, pois com bastante dificuldade era efectuado, enquanto que nas zonas urbanas a situação era oposta. 

4.    Que tipo de opções de financiamento oferecem aos clientes? Poderá partilhá-las conosco?

Para Aldina da CarbonSink, a empresa trabalha principalmente com terceiros, pois a actividade principal da CarbonSink são os Créditos de Carbono. Toda a rede de produção, distribuição, através de contratação de empresas que já actuam, para nos apoiarem neste sentido. As modalidades adoptadas de finaciamento é com base nestas empresas que operam na producao e distribuicao, e nos, dependemos do método usado pelas mesmas e geralmente são o pronto-pagamento e por prestações.

Por cima disso tambem, outra opcao de pagamento que existe e que sobrecai no preço do producto é o financiamento do Carbono, e todos os nossos projectos, tem em vista esta compnente, que é para gerar uma receita adicional. Portanto, nós subsidiamos os fogões aos clientes tendo em conta esta receita adicional, no final do uso dos fogões. E em resumo diria que as opções de pagamento praticadas são o pronto pagamento, prestações e financiamento de Carbono.

Um dos desafios que enfrentamos neste sector é no pagamento, pois depois de vendido o fogão, os promotores devem voltra novamente para fazer a cobrança da segunda parte ou das prestações restantes.

5. Alguém tem conhecimento de uma linha de crédito existente para as empresas ICS em Moçambique? Pode dizer-nos mais sobre ela?

Norato Xerinda da MozCarbon, a esta pregunta, respondeu que sim, como Bancos, e geralmente estas instuições, não fianciam mais o sector de energia, tendo como foco os sistemas solares, tanto para o uso caseiro quanto para a irrigação, é de referir que as instituicoes ainda não compreendem muito bem, o sector da cozinha limpa. Há um pequeno defice que precisa ser corrigido, no sentido de ligar as instituicoes financeiras e mostrar que o negócio de cozinha limpa é sustentável, que pode ser lucrativo e que pode ser palpável, embora hoje seja visto de forma relativamente negligenciada.

Florência da Sogepal, disse que tem conhecimento de uma linha de financiamento que é o BCI, que não é era dirrecionada particularmente para o sector de cozinha limpa, mas para todo o sector das Energias Renováveis, não sei se ainda esta vigente, embora sendo uma linha muito bem desenhada, entretanto muitas empresas do sector, não se ajustavam aquilo que era o perfil de elegibilidade.

6. De que forma uma startup no sector de fogões melhorados pode ter acesso a oportunidades (financiamento do Carbono)?

No que se refere ao financiamento ao Crédito de Carbono, nós temos colaborados com empresas locais, principalmente na área de certificação de credito de carbono onde somos especializados. O que percebemos é que muitas empresas que estao neste sector de cozinha limpa ou energias renovaveis, já realizam as suas actividades normalmente, mas com a consciencializacao de que existe esta receita adicional, através da certificacao dos projectos para a geracao de creditos de carbono, que depois são vendidos, entao, da uma possibilidade que o projecto seja sustentavel. Alguns financiamentos são dados em poucos anos, em 3, 4 a 5 anos, findo aquele financiamento, o esperado é que as actividades possam ser sustentáveis por si só, e uma Startup pode sim ter acesso a estes financiamentos.

Gervasio do FAZER, quanto a esta pergunta respondeu que o EnDev como programa tem não so o financiamento baseado em resultados (RBF), mas tambem, damos aquele primeiro apoio, como vinhamos fazendo desde 2013, e alguns dos painelistas foram beneficiados dos mesmos inicio, e este apaio dado, cobre a componente técnica e financeira, através de subvenções que não são taxativamente baseados em resultados, mas que ajudam a empresa a estabilizar-se no mercado, expandir no mercado, todo o processo incluindo a parte administrativa com treinamentos, tudo para ajudar a empresa a ser rentável, e só depois da empresa se estabalizar, ai já pode ser beneficiada pelo financiamento RBF. Em suma, o EnDev prepara as empresas para o nível do RBF.

7. As prestações que oferece são fixas? Reajustaram-nas desde a pandemia de COVID? What type of support did you had for doing so

Norato Xerinda: Nos oferecemos diferentes possibilidades ao cliente, podendo este pagar a prestacoes, por adiantamento geralmente 50%, e o resto é pago  ao longo de 90 dias. Como financiamento do FAZER, Por exemplo no tempo de COVID, nos reduziamos o nivel de prestacao minima que a pessoa podia tirar que estava en torno de 30%, e o resto pagaria ao longo destes 90 dias. Financiamos tambem atraves dos creditos de Carbono, pois este ajuda a cobrir alguns ao longo de toda a cadeia de valor, incluindo a reducao do preco do fogao, comparativamente aquilo que seria o preco de mercado.

Florencia: Houve algum reajuste no tempo da pandemia, no processo de cobranca e pagamento, pois antes da pandemia, os pagamentos eram efectuados semanalmente, com  visitas nas residencias dos clintes, mas vindo a pandemia que pegou todos de surpresa, tivemos que fazer sim algnus reajustes. Uma vez que certos clientes perderam a sua renda, as iniciativas da modalidade de pagamento era feita tanto do lado da empresa, quanto dos clientes, de modo a facilitar ambas as partes. Procuramos manter uma relacao de contacto e acabamos assim mantendo uma relacao de familiariade com os clientes. Porque mais de 80% dos nossos clientes nao pagam dinheiro/pronto-pagamento, mas por prestacoes, e tivemos que reajustar tendo em conta a realidade de cada cliente.