PT/Clean Cooking in Mozambique : Deep Dive with Experts

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No dia 02 de Junho de 2022, decorreu um webinar do qual retractou sobre cozinha limpa em Moçambique, e teve com foco oportunidades de financiamento para as empresas que operam na área de cozinha limpa. Este webinar contou com a presença de especialistas da área que já operam nesse ramo, segundo a descrição abaixo:

Moderadores:

  • Helena Macune
  • Ana Dionência Munguambe

Painelistas:

  • Gervásio Mavengue, EnDev / GBE
  • Taira Pene, Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade – FDC
  • Florência Saide, Sogepal
  • Norato Xerinda, MozCarbon
  • Aldina Sindique, Carbonsink
  • Célio José Barnete, Pamoja

A seguir é apresentado o resultado da sessão de perguntas e respostas que decorreu no webinar, do qual levantaram-se perguntas pertinentes e os painelistas por sua vez esclarecem as dúvidas em cada uma das questões apresentadas. Entre abaixo as questões colocadas aos painelistas e as suas devidas respostas.

Cozinha Limpa em Moçambique - Oportunidades de financiamento (Portuguese)

Painel de discussão (perguntas e respostas)

Como evoluiu o sector desde que começou a trabalhar no sector da cozinha, quais são as mudanças que notou (no que diz respeito à política, financiamento...) ?

Norato Xerinda da empresa MozCarbon, teceu algumas considerações no tocante a esta pergunta nos seguintes termos:

O sector de cozinha em Moçambique tem evoluído bastante, pois tem ganhado mais actores que operam na área, comparativamente com os anos passados (2013, 2014) em que muitas empresas não se especializavam nessa área da cozinha limpa. Esses actores que tem entrado no sector da cozinha limpa tem tentado trazer produtos com melhor qualidade.

Um dos resultados apresentados por esses novos actores é a testagem dos fogões melhorados, para a verificação da qualidade. O Norato parabenizou a GIZ por incentivar as empresas a trazerem um pouco mais de qualidade através da testagem e também da monitoria do impacto dos fogões melhorados.

A Mozcarbon, tem notado a consciência dos utilizadores finais no que se refere a importância da utilização dos fogões melhorados e seus benefícios, por exemplo do fogão Mbaula, muitos utilizadores finais compram o mesmo sem que se faça muita propaganda/marketing sobre o mesmo porque muitas pessoas já tem conhecimentos sobre os benefícios deste fogão.

Com os tipos de financiamento e os  modelos implementados, também notou-se uma grande evolução e clareza, tendo por exemplo o Financiamento Baseado nos Resultados (RBF), sendo este uma boa forma de financiamento, porque incentiva actores de mercado sérios. Tem-se visto o surgimento de várias fontes de financiamento tais como a FAZER, BRILHO, Clean Cooking Facility For Africa.

O sector de cozinha tem envolvido bastante devido as oportunidades de financiamento que tem aparecido e não só, pelos modelos de financiamento apresentados mas também, as instituições que operam na área dos fogões melhorados tem ganhado consciência em relação as fontes de financiamento, além das tradicionais, como BRILHO e FAZER e, é de salientar que houve uma grande mudança e evolução, pois são notórias as outras formas de financiamento, a saber, Créditos de Carbono, como fontes que vem apoiar as empresas a desenvolverem os seus negócios de uma forma sustentável. E recentemente tem-se a informação de uma empresa que recebeu um fundo de 20 milhões de dólares para a implementação de projectos de Carbono em Moçambique.

Devido ao acesso ao financiamento, várias empresas foram incentivadas a melhorar a qualidade dos fogões produzidos localmente, assim como o número de fogões produzidos aumentou.

A MozCarbon por exemplo não conseguia produzir uma quantidade de 1500 fogões por mês, no entanto agora já consegue produzir mais de 10 000 a 15 000 fogões por mês. É certo que algumas questões ainda devem ser melhoradas, no que diz respeito a ajuda do Governo na facilitação de alguns processos, como na redução de taxas de importação de fogões devido a elevados custos e direitos alfandegários. Para além desses avanços, como o uso da biomassa lenhosa (lenha e carvão) tem também projectos um pouco mais avançados como o uso do etanol, gás e etc.

A Política de Teste pode contribuir como uma barreira para as empresas no sector dos ICS?

A Aldina da empresa CarbonSink, para esta pergunta disse que não. Muito pelo contrário ainda é um incentivo para que a qualidade dos fogões seja admissível, e não haja mais a necessidade de importar fogões do exterior. No caso específico da empresa Carbonsink, não tem mais a necessidade de importar fogões pois, os fogões produzidos localmente tem apresentado boa qualidade.

Uma vez que a maioria de vós recebeu algum tipo de financiamento RBF de diferentes doadores, podem partilhar como foi o processo para a obtenção do fundo, o processo de candidatura, obtenção de capital inicial ou quaisquer desafios que tenham enfrentado?

A Florência da empresa Sogepal, partilhou a experiência da sua empresa, descrevendo que para a obtenção do financiamento, o processo não é difícil, as empresas devem simplesmente cobrir os requisitos exigidos. E isto, exige algum esforço por parte das empresas, pois elas devem ter um pré-investimento para se beneficiar desse financiamento. A Sogepal já se beneficiou deste financiamento, a dificuldade entretanto esteve no Auto-financiamento, pois este é um dos pré-requisitos exigidos pela modalidade RBF. Por exemplo há 9 anos atrás a Sogepal não tinha a capacidade para dar início a uma empreitada de modo a produzir os fogões e posteriormente ter acesso ao financiamento, esta foi a maior dificuldade, mas tiveram que adoptar certas mudanças internas com vista a reverter a situação, como por exemplo, o sistema de cobrança, para usar o mesmo valor, na produção de mais fogões.

O Célio José da empresa Pamoja, afirmou que a sua empresa beneficiou-se do fundo RBF, contudo enfrentou dificuldades, como sendo a sua primeira experiência com este tipo de financiamento, no processo de monitoria, que é regular, tiveram que se habituar a esta forma de trabalhar, pois consistia na verificação de toda a actividade, indo até aos consumidores para certificar o andamento do processo contudo, acabaram se saindo bem.

Como é a literacia financeira entre os seus clientes?

Segundo Célio José, leva muito tempo para os clientes pagarem, vários compram os fogões a título de empréstimo, normalmente num período de 18 meses, e um dos maiores desafios que tem é ter os clientes a pagarem. Tendo o controle dos clientes, assim fazemos o seguimento dos mesmos, que é para ver quais pagaram e quais não. Contudo existe uma diferença da zona rural para a zona urbana, tendo iniciado a operar nas zonas rurais, os pagamentos não eram muito bons devido a dificuldade financeira destes, pois com bastante dificuldade era efectuado o pagamento, enquanto que nas zonas urbanas a situação era oposta. 

Que tipo de opções de financiamento oferecem aos clientes? Poderá partilhá-las connosco?

Segundo Aldina da CarbonSink, a empresa trabalha principalmente com terceiros, pois a actividade principal da CarbonSink são os Créditos de Carbono. Toda a rede de produção, distribuição, através de contratação de empresas que já actuam, para os apoiarem neste sentido. As modalidades adoptadas de financiamento é com base nestas empresas que operam na produção e distribuição, e eles, dependem do método usado pelas mesmas e geralmente são o pronto-pagamento e por prestações.

Por cima disso também, outra opção de pagamento que existe e que sobrecai no preço do produto é o financiamento do Carbono, e todos os projectos por eles elaborados, tem em vista esta componente, que é para gerar uma receita adicional. Portanto, a Carbonsink subsidia os fogões aos clientes tendo em conta esta receita adicional, no final do uso dos fogões. Em resumo, as opções de pagamento praticadas são o pronto pagamento, prestações e financiamento de Carbono.

Um dos desafios que enfrenta-se neste sector é no pagamento, pois depois de vendido o fogão, os promotores devem voltar novamente para fazer a cobrança da segunda parte ou das prestações restantes.

Alguém tem conhecimento de uma linha de financiamento existente para as empresas de ICS em Moçambique? Pode dizer-nos mais sobre ela?

O Norato Xerinda da MozCarbon, partilhou o seu conhecimento sobre linhas de credito, como Bancos, e disse que geralmente estas instituições financiam mais o sector de energia, tendo como foco os sistemas solares, tanto para o uso caseiro quanto para a irrigação, é de referir que as instituições ainda não compreendem muito bem, o sector da cozinha limpa. Há um pequeno défice que precisa ser corrigido, no sentido de ligar as instituições financeiras e mostrar que o negócio de cozinha limpa é sustentável, que pode ser lucrativo e que pode ser palpável, embora hoje seja visto de forma relativamente negligenciada.

Florência da Sogepal, disse que tem conhecimento de uma linha de financiamento que é o BCI, que não é era direcionada particularmente para o sector de cozinha limpa, mas para todo o sector das Energias Renováveis, não sabe se ainda esta vigente, embora seja uma linha muito bem desenhada, entretanto muitas empresas do sector, não se ajustavam naquilo que era o perfil de elegibilidade.

De que forma uma startup no sector de fogões melhorados pode ter acesso a oportunidades (financiamento do Carbono)?

Segundo a Aldina no que se refere ao financiamento ao Crédito de Carbono, a Carbonsink tem colaborado com empresas locais, principalmente na área de certificação de créditos de carbono onde são especializados. O que percebem é que muitas empresas que estão neste sector de cozinha limpa ou energias renováveis, já realizam as suas actividades normalmente, mas com a consciencialização de que existe esta receita adicional, através da certificação dos projectos para a geração de créditos de carbono, que depois são vendidos, então, da uma possibilidade que o projecto seja sustentável. Alguns financiamentos são dados em poucos anos, em 3, 4 a 5 anos, findo aquele financiamento, o esperado é que as actividades possam ser sustentáveis por si só, e uma Startup pode sim ter acesso a estes financiamentos.

Segundo Gervasio do FAZER, o EnDev como programa tem não só o financiamento baseado em resultados (RBF), mas também, dá aquele primeiro apoio, como vinham fazendo desde 2013, e alguns dos painelistas foram beneficiados dos mesmos no início, e este apoio dado, cobre a componente técnica e financeira, através de subvenções que não são taxativamente baseados em resultados, mas que ajudam a empresa a estabilizar-se no mercado, expandir no mercado, todo o processo incluindo a parte administrativa com treinamentos, tudo para ajudar a empresa a ser rentável, e só depois da empresa se estabilizar, aí já pode ser beneficiada pelo financiamento RBF. Em suma, o EnDev prepara as empresas para o nível do RBF.

Que canais utilizam os clientes para reembolsar o valor das restantes prestações? Por exemplo: dinheiro vivo, transferência móvel, transferência bancária, etc.

O Norato Xerinda disse que os próprios clientes já fazem um esquema para poder facilitar a aquisição dos fogões quinzenalmente, como exemplo, trabalham com associações em Marracuene e Boane, em que se usava crédito rotativo, vulgo xitique e isto já é muito positivo. E uma outra experiência que tivemos foi em Sofala, em que o tipo de pagamento era por prestações, em que acoplávam a um sistema solar de uma outra empresa que usava o sistema PAYGO, onde o valor do fogão estava incluindo dentro do Kit do sistema solar, e conseguiam recuperar os ingressos de fogões, e não só mas também tem um call center muito bem equipado que faz o trabalho com os clientes de modo a facilitar o processo do pagamento, e esta pressão aos clientes, foi mesmo por causa do financiamento recebido por instituições como FAZER, BRILHO etc, que os pressionavam.

A Aldina da CarbonSink, respondeu que, os promotores de venda recolhem a informação do cliente, e tem um aplicativo que possibilita a recolha dos dados geográficos das famílias, e cada promotor é responsável de voltar a família que fez a venda na primeira prestação para ir cobrar a parte restante, e não só, mas também para o caso de outros provedores de serviço, existe a possibilidade de um call center, para gerir a questão das cobranças, porque as vezes não são os promotores que fazem a cobrança, mas os gestores de banco de dados, através de ligações de modo a lembrar aos clientes que existe a segunda ou terceira prestação a se pagar, e é desta maneira que trabalham de modo a garantir que as prestações sejam finalizadas.

O Célio José da Pamoja, afirmou que em sua empresa, tem o call center que faz a monitoria e acompanhamento dos clientes, e vai sempre recordando as datas de pagamento, também usam um aplicativo, que esta integrado ao SmartStove, em que quando restam cinco dias para se efectuar o pagamento, o aplicativo envia mensagens automáticas ao cliente, recordando sobre o pagamento, e isto faz com que os que já estavam esquecidos lembrem-se. E como usam o PAYGO, assim que o prazo de pagamento termina o fogão para de funcionar, e com o PAYGO os pagamentos melhoraram bastante, porque outrora, os clientes davam desculpas para não pagarem o restante e o fogão continuava a funcionar.

Oferece financiamento do utilizador final apenas às famílias ou também a instituições (pequenos negócios, hotéis, restaurantes, etc.)?

Norato Xerinda: Actualmente, como MozCarbon, o nosso foco esta na distribuição dos fogões para o uso familiar, mas também para o uso produtivo, embora este grupo seja de quantidade muito reduzida, no que concerne a aquisição.

Quais são as lacunas em termos de intervenção no mercado que os operadores entendem como sendo da autoridade reguladora? Para facilitar a consolidação da presença das marcas nas comunidades - Dirigida aos operadores/ provedores de serviços?

Segundo Norato Xerinda as empresas no sector da Energias tem um espaço muito aberto para trabalharem, e no início do webinar, foi apresentado a estratégia do uso da energia de Biomassa, demonstrando que o Governo esta interessado que as instituições, as empresas, e a sociedade em geral, mude de fontes de energia, incluindo a da cozinha limpa, e isto leva-o a pensar que não hajam grandes lacunas. As lacunas ou os desafios como sempre estão relacionados aos elevados impostos que tem haver com a produção de dispositivos de energias renováveis, por exemplo para produzir fogões, ou mesmo para aqueles que querem importar tendem a pagar 50 a 60% do valor, e até nós que produzimos os fogões a base de alumínio, pagamos taxas para importar a matéria prima.

Recebeu algum financiamento especial durante a pandemia da COVID-19? De que tipo? Os pagamentos em prestações que oferecidos aos consumidores finais são fixos? Reajustaram-nos desde a pandemia de COVID? Que tipo de apoio você teve para fazer isso?

Norato Xerinda: A Mozcarbon recebeu o COVIDPlus para podermos contornar os obstáculos da COVID, e foi neste período em que MozCarbon cresceu a sua produção e também teve mais vendas, desde que começou a operar, e isto deve-se ao apoio do programa FAZER. Com este apoio foi possível reduzir a taxa de aquisição inicial de 50% para 30% e alargar o período de pagamento. Contudo a nossa experiência demonstra que os clientes tendem a pagar dentro de 30 dias após o pagamento da primeira prestação. Antes o pagamento era de 30% Cash e 70% por prestação, mas agora a experiência é de 65% cash e 35% por prestação. De salientar que na nossa empresa os promotores já não vão as casas para cobrar mas para distribuir os fogões.

No que diz respeito aos pagamentos, a Mozcarbon diz que sua empresa oferece diferentes possibilidades ao cliente, podendo este pagar a prestações , por adiantamento geralmente 50%, e o resto é pago  ao longo de 90 dias. Com o financiamento do FAZER, por exemplo no tempo de COVID, reduziu-se o nível de prestação mínima que a pessoa podia tirar, que estava entorno de 30%, e o resto pagaria ao longo destes 90 dias. Financiam também através dos créditos de Carbono, pois este ajuda a cobrir algumas lacunas ao longo de toda a cadeia de valor, incluindo a redução do preço do fogão, comparativamente aquilo que seria o preço de mercado.

Segundo Florência receberam o financiamento do FAZER, o COVIDPlus I e II, e foi possível através deste financiamento aumentar o stock interno, adquirir matéria prima, e também na venda dos produtos aos consumidores finais, foi de uma grande ajuda e aliviou bastante a sua empresa no tempo da pandemia do COVID. No que diz respeito aos pagamentos, ouve algum reajuste no tempo da pandemia, no processo de cobrança e pagamento, pois antes da pandemia, os pagamentos eram efectuados semanalmente, com  visitas nas residências dos clientes, mas vindo a pandemia que pegou todos de surpresa, tiveram que fazer sim alguns reajustes. Uma vez que certos clientes perderam a sua renda, as iniciativas da modalidade de pagamento era feita tanto do lado da empresa, quanto dos clientes, de modo a facilitar ambas as partes. Procuraram manter uma relação de contacto e acabaram assim mantendo uma relação de familiaridade com os clientes. Porque mais de 80% dos seus clientes não pagam dinheiro/pronto-pagamento, mas por prestações e tiveram que reajustar tendo em conta a realidade de cada cliente.

Segundo Célio José antes do período de COVID, o pagamento era efectuado num período compreendido de 12 meses, e também o valor da entrada era um pouco alto, mas perceberam que a pandemia afectou a todos e os clientes já não tinham a capacidade de pagar a tempo, então estenderam o período de 12 a 18 meses, e também reduziram o pagamento inicial, e isso fez com que os clientes continuassem a aderir aos sus serviços.

Segundo Aldina tiveram que fazer a redução do preço do produto, uma vez que muitas famílias perderam o poder económico, e com a facilidade que o FAZER lhes proporcionou, através do COVID-Plus, foi possível reduzir os preço dos fogões, para que mais famílias tivessem acesso ao mesmos.

A sua empresa colabora com outras instituições financeiras (IF) ou mecanismos para oferecer financiamento ao utilizador final para a compra dos fogões?

Segundo Norato Xerinda: a Mozcarbon não colabora com outras instituições, mas pensa que qualquer instituição interessada no processo de aquisição de fogões melhorados é sempre bem-vinda. Norato durante a sua abordagem refere que, as empresas deveriam começar a pensar em colaborar com essas instituições, e os da MozCarbon já comecaram a pensar em como formalizar essas instituições para que possam adquirir fogões melhorados. E talvez uma coisa que devia ser feita é vincular as empresas com as ONGs e com essas instituições que já trabalham com crédito rotativo, para que as comunidades possam adquirir os fogões, inclusive um valor para os fogões. Estão num processo de recolha de dados e indicadores para melhor intervir de forma a incluir a componente de fogões melhorados nas comunidades com as quais temos experiência, Marracuene e Boane.

Quais são os padrões de eficiência energética que o laboratório considera? Podemos marcar uma visita técnica?

Segundo Taira Pene do programa FAZER, o mínimo de eficiência energética são 40% em relação aos fogões convencionais e pode-se sim fazer uma visita ao laboratório, é um espaço aberto para receber visitantes. O laboratório chama-se Centro de Certificação e Testes Energéticos de Biomassa e está localizado no Campus da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) em Maputo.